segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Requiem e esperança, o verso e o reverso da medalha humana

Nestes últimos dias, muito se falou em Cuba e na morte de Fidel Castro. Sei que se perdeu, digamo-lo com franqueza, um mito, um símbolo e um homem com todos os seus defeitos e virtudes. Aqueles e estas foram, porventura, bem evidentes. Eu sei que naquela Ilha houve progressos imensos em educação, saúde e noutros aspectos das nossas sociedades. Mas seria injusto comigo e com a minha consciência se olvidasse os atropelos àquilo que muito prezo: a liberdade, passe o pleonasmo, de se SER livre. O pão é óptimo. Mas pão sem a possibilidade de usar a palavra e o direito de me manifestar não me sabe bem. Atravessa-se na garganta. Eu sei Que Fidel numa Cuba amordaçada e espezinhada pelos EUA, que não podem lavar as mãos quanto ao que de mal por ali foi acontecendo, talvez não tivesse muitos caminhos a seguir. Mas havia um que nunca podia ser tapado: calar as suas gentes foi a pior solução que encontrou. Se me custou perder um Homem, como historiador que gosto de ser, não ponho de lado tudo quanto envolveu a sua vida. Rija foi esta. Mas não isenta de muitas culpas que podia ter evitado. RIP. Contrariamente, numa outra vertente, ao que se chegou a temer, da Áustria nos chegou uma boa notícia - desta vez a extrema-direita não se colou ao poder. Ainda bem. Mas, num dia com contradições, da Itália aportaram nos nossos portos dúvidas sem fim, com um referendo que, sendo expressivo, fez o Primeiro-Ministro cumprir a sua palavra, demitindo-se. O pior são as incertezas que vêm por aí. Já agora, da OPEP e da sua decisão de cortar na produção de petróleo não se augura nada de bom para as nossas economias caseiras. Se o Pai Natal nos não vem salvar, não sei onde é que isto vai parar. Não sei, não...

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