quarta-feira, 3 de maio de 2017

Barragem de Ribeiradio em teses universitárias

A Barragem de Ribeiradio em teses universitárias Ainda não tem muitos anos, talvez pouco mais do que dois ou três, em funcionamento, e já a nossa grande Barragem continua a fazer correr muita tinta nas Universidades. Desta vez, vamos falar de uma “Avaliação técnico-económica de aproveitamentos hidroeléctricos Ribeiradio-Ermida – Rui Frederico Gonçalves Pereira de Assis Cardoso, FEUP, 2014”, que pega nestes empreendimentos e os analisa em todos os pormenores. Dissecando tudo, agarra neste tema e traz-nos dados que têm de ficar para a nossa história regional e local. A abrir, fala.nos de uma verdade que importa nunca esquecer e que tem a ver com a operação de, neste caso, se estar a utilizar um recurso natural que, se o deixarmos fugir, corre para o mar e pouco deixa nas nossas terras. É que “... A água, fonte renovável,endógena e limpa, é e será sempre um dos pilares da Humanidade. De facto, é o seu armazenamento e captação que possibilita o abastecimento doméstico, a irrigação de campos e a produção de energia eléctrica... “. Retomando o fio da história deste empreendimento e dos passos que foram dados para a sua concretização, num processo que foi um osso muito duro de roer, partiu-se destes aspectos e de mais dois: a regularização do caudal do Rio Vouga e a vertente turística. A propósito do objecto deste estudo, refere alguns pontos relacionados com esta matéria ao longo dos tempos, como a constituição da primeira Administração Hidráulica em Portugal, em 1892, a Lei da Água de 1919, informando ainda que se processaram, a partir dos anos setenta, do século XX, as fases do planeamento dos recursos hídricos do Rio Vouga, depois das pequenas Barragens de Ribafeita, de S. Pedro do Sul e de Pessegueiro do Vouga, muitos anteriores a essa época, sendo que, então, logo Ribeiradio se apresentou como uma forte hipótese em termos daquilo que só nestes últimos anos se veio a concretizar. Assim, em 1975, avaliaram-se os caudais do Rio Vouga e de seus afluentes, falando-se em caracterização, perspectivas e desenvolvimento dos seus respectivos recursos hídricos. Em obra feita, após ter sido anunciada e mesmo começada, nos inícios dos anos 2000, para vir a ser impedida por decisão judicial, só alguns anos depois é que entra em fase de cruzeiro até à sua finalização. Com uma cota de coroamento a situar-se nos 112 metros, uma altura máxima acima das fundações de mais ou menos 74 metros, nela se gastaram 282000 m3 de betão. Projectada para um tempo de vida útil de 75 anos, liga-se profundamente à da Ermida, para, operando em sintonia, serem o mais eficientes possível. Curiosamente, este autor constata que, a seu ver, a sua capaciade de armazenamento é bastante reduzida face ao volume dos caudais afluentes. Acrescentamos nós que, numa primeira versão, se projectou uma Barragem com 120 metros, o que, em alargamento da área a inundar, possibilitaria reter-se muito mais água. Só que os impactos patrimoniais e ambientais eram de tal forma pesados que teve de se recuar para a actual cota, muito, por exemplo, pela necessidade de se preservar a Igreja e o Cemitério de Sejães. Numa vastidão de informação, esta Tese é de um valor em conteúdo que constitui um importante acervo documental a ter em conta para melhor se conhecer o alcance deste sistema de duas Barragens. Como curiosidade, ficam estas notas. Mas muito mais haveria e haverá a dizer acerca desta obra científica. Carlos Rodrigues, in “ Notícias de Vouzela”, 2017

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