sexta-feira, 6 de julho de 2018

Boa onda em energia geotérmica nas Termas de S. Pedro do Sul

Energia geotérmica com grande potencial em S. Pedro do Sul A água quente das Termas de S. Pedro do Sul encerra muito mais potencialidades que aquelas que, desde há milénios, delas têm vindo a ser tiradas. Sendo a saúde um de seus pratos fortes, a que se associam o lazer, o turismo e, mais recentemente, o aproveitamento comercial da Linha Aqva, o calor que sai das entranhas da terra pode ter – e isso já se iniciou – outros bons fins. A energia geotérmica é a valência que se segue. No dia 29, feriado municipal, em ambiente de festas da cidade, o Secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, e o seu Director-Geral, Mário Guedes, vieram apresentar um novo programa, o FAI – Fundo de Apoio à Inovação – no âmbito específico da “Apresentação de medidas de incentivo financeiro que promovam projectos de geotermia”, com uma dotação de 2.1 milhões de euros, quase que a dizer-nos que este é fato à medida desta terra.. Entre os muitos aspectos referidos, nomeadamente a ideia essencial de que S. Pedro do Sul tem condições de eleição para o arranque deste e doutros tipos de projectos, destaca-se o lançamento de uma brochura “ Geotermia – Energia renovável em Portugal”, da Direcção Geral de Energia e Geologia, que é um bom repositório científico desta riqueza natural. Por ser um instumento de grande importância para esta nossa zona, que possui, neste capítulo, o seu epicentro nas Termas, dele colhemos alguns tópicos que aqui tentaremos reproduzir e elencar. Em primeiro lugar, dá-se, em termos de potencialidades territoriais, a coincidência de nos situarmos numa das falhas, a que liga Penacova a Verin, passando por esta zona e pela Régua, o que permite fazer toda a diferença entre as onze que se localizam em espaço português, viabilizando 61 ocorrências geotérmicas de várias ordens de grandeza. Neste campo, o norte e o centro capitalizam a maioria desses pontos. Destas, 45 são classificadas como águas minerais naturais e apenas sete, onde se incluem as nossas Termas, abrangem uma dupla valência, a da citada água, a que se acrescenta o destaque que motiva estas linhas - o do seu uso como recurso geotérmico, o que implica o termalismo e a geotermia. Dividindo-se, de acordo com a temperaturas obtidas, este panorama em muito baixa e baixa entalpia, a primeira a situar-se entre os 20 e os 29º e a segunda no intervalo compreendido entre 30 e 73º, sendo que as Termas andam à volta dos 69º(68.7º, mais concretamente) e já com princípios do uso desta força de energia geotérmica, em balneários e e alguns projectos de climatização, incluindo da indústria hoteleira, o que se pretende é alargar a área destas fontes de calor a outros patamares. Com uma ampla “sustentabilidade ambiental e social”, como foi bem acentuado na cerimónia de apresentação das medidas que estão na calha para sair, o concelho de S. Pedro do Sul foi escolhido para este lançamento em virtude de duas variáveis, uma de cariz pessoal, a da persuasão e persistência que o Presidente da Câmara, Víctor Figueiredo, tem posto em cima da mesa, outra de feição natural, que se prende com o facto de as Termas serem mesmo um caso muito especial a merecer todo o apoio que lhe possa vir a ser oferecido. Com a fasquia colocada bem alto, agora é preciso que se passe da palavra à acção: se a geotermia é a viola que se põe na mão do tocador, que os dedos não faltem, nem ela avarie. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, Julho, 2018

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