quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Convívio na Pedra da Broa, Oliveira de Frades, com dezenas de anos

No sábado, dia 11 A velha e renovada tradição da Pedra da Broa São dezenas e dezenas de anos a virarem-se as sardinhas de uma forma muito especial e numa operação feita por gente que sabe da poda. Por tudo isto, a Sardinhada da Pedra da Broa tem uma fama que chega longe, às terras de Lafões e às nossas comunidades espalhadas pelo mundo. No segundo sábado de Agosto, os diversos GPS apontam para aquele destino, tal como aconteceu no passado dia 11. Junto a uma decrépita Casa do Guarda Florestal, um local mítico, dezenas e dezenas de pessoas ali passam uma boa tarde em almoço e convívio bem saborosos. Para que tudo aconteça sem grandes sobressaltos, a Comissão incumbida de realizar todas as tarefas preparatórias e em cima do acontecimento, não se poupa a esforços para que nada faltasse. Nas semanas anteriores, como manda a tradição, nas reuniões de Oliveira de Frades e de Arcozelo das Maias, tratou-se de todos os pormenores, nomeadamente a escolha do segundo prato, o da carne, que, neste ano de 2018, constou de um apetitoso arroz de feira, uma homenagem aos almoços da Feira de Oliveira de Frades, que se comiam nas respectivas tascas. Imprevistos e alterações Se a programação é feita atempadamente, os imprevistos acontecem por vezes. Este ano, por exemplo, devido às restrições impostas em matéria de proibição de quaisquer operações em que se usasse o lume e as brasas, lá tiveram as sardinhas que andar de um lado para outro, tendo sido assadas a alguma distância em instalações fechadas. Em carrinhas, foram transportadas em sucessivas levas para preservarem a sua habitual frescura e sabor de modo a não perderem pitada da tradição de sempre. Esta foi uma alteração de fundo. Quanto às restantes operações, a azáfama de sempre para pôr as mesas, para limpar o espaço, para fazer as saladas e os molhos especiais, para cozinhar o já citado arroz de feira, para fazer a respectiva distribuição, chegada a hora da refeição, executaram-se nos moldes do costume, sem faltar as boas regadelas do terreno em causa e à sua volta. De tudo isto, cuida a Comissão em tarefas já bem estudadas e desempenhadas por equipas especializadas. Infelizmente, que já nem toda a gente pode dar o seu contributo, ou porque nos deixou de vez em profunda saudade, ou porque a sua saúde já não o permite. Por isso mesmo, a renovação vai acontecendo, mas sempre no respeito por quanto se foi aprendendo ao longo dos tempos. Em democracia e com contas à moda do Porto, primeiro satisfazem-se os estômagos, contando-se depois os pagadores para por eles dividir as despesas feitas. Geralmente, a aceitação dos valores a cobrar é a regra geral. Como aqui, neste evento, o lucro não está nas intenções de quem o organiza, a não ser amealhar uns tostões para equipamentos e problemas que impeçam a sua realização em cima do acontecimento, como, por exemplo, uma tromba de água ou outros problemas de maior, as receitas e as despesas pautam-se pelo equilíbrio sustentado. Uma Associação a caminho Olhando para tanto tempo de realização do Convívio da Pedra da Broa em modos algo improvisados, agora decidiu-se dar um salto para um novo e institucional enquadramento desta situação: a Comissão resolveu constituir a “Associação dos Amigos da Pedra da Broa”, com o objectivo de valorizar este almoço e alargar o seu âmbito ao campo da defesa da floresta e o do ambiente. No imediato, estão a elaborar-se os necessários estatutos para oficializar e respectiva escritura. Futuramente, outros sonhos estão já na forja, que a seu tempo serão anunciados. A intenção aqui descrita foi aceite em documento provisório, no passado dia 20 de Julho, por 16 dos elementos que têm estado na base da Sardinhada em causa e outros virão a aderir por certo. Visando ser uma colectividade aberta, espera-se que a participação nesta Associação venha a ser uma realidade cada vez mais alargada porque são arrojadas as tarefas que se têm pela frente. A Casa do Guarda, o antigo viveiro, a floresta e o ambiente no seu todo esperam pelo nosso contributo. É essa a ideia da Associação que está, neste momento, na forja, assim a ajudem as entidades oficiais. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Agosto , 2018

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