domingo, 7 de março de 2021

Em destaque, mulheres de Lafões...

Mulheres de Lafões em destaque A nossa homenagem em versão reduzida Quando estamos quase a comemorar o Dia da Mulher, oito de Março, resolvemos fazer aqui, nesta rubrica lafonense, um destaque de quem, sendo do sexo feminino, fez ou faz algo que mereça ser relevado. Infelizmente, como não podemos usar a técnica e a metodologia das antigas listas telefónicas, alargando a um vasto universo as referências a fazer, temos de ser contidos quanto àquilo que vamos escrever. Por isso, ficamo-nos apenas, com muita pena nossa, por uma boa meia dúzia de exemplos. Com um breve olhar sobre a nossa casa comum, este jornal “Notícias de Vouzela”, é pelos seus arquivos que vamos começar: fazemo-lo nas pessoas de Lucinda Carvalho e Lurdes Castelo, que já se não encontram entre nós e que nos fazem muita falta. Uma e outra destas mulheres pegaram na poesia e com ela nos deixaram tributos de homenagem às terras, paisagens e gentes com quem e onde viveram. Registaram essas suas emoções nas páginas do NV e, inclusivamente, em livros. Se Lurdes Castelo foi ainda nossa correspondente em Cambra, Lucinda Carvalho espalhou a sua arte em várias edições, a que a Câmara Municipal deu especial atenção, publicando “ Vouzela e seus encantos”. Sendo a morte algo com que nos deparamos, estas duas poetisas, infelizmente, já nos deixaram. Mas a sua obra ficou. Desse lado, lá no Além, também está a Maria do Carmo Bica, um poço de criatividade social e política, que partiu no ano passado, 2020. Recordando as muitas evocações que por aqui se fizeram, sempre poucas para retratar tudo quanto nos legou, temos a registar, aquelas que, ultimamente, falaram muito alto em homenagens que lhe prestaram a Junta de Freguesia de Campolide, Lisboa, e, mais recentemente, a Quercus, que criou uma nova plataforma – “BICA - Nova rede de projectos agro-ecológicos”, em que se pretende não esquecer o que a Carmo fez pela defesa do Interior e do mundo rural e dar-lhe continuidade pelos tempos fora. Quem ainda está connosco Já que estamos a falar do município de Vouzela e agora trazendo a estas páginas as mulheres com quem nos podemos cruzar em cada dia, passamos a indicar o nome de Lena Liz Dias (Helena Liz), a pintora que se notabilizou em Espanha e Portugal, autora de uma vasta e reconhecida obra, que tem percorrido várias épocas de criação artística com marca própria e imortal. Pelos diversos cantos do mundo, podemos tomar conhecimento com seus quadros, uns em colecções particulares, outros em instituições públicas, pelo que o seu testemunho nas telas bem pode ser observado e admirado por todos nós. Num percurso geográfico que pretendemos representativo da região de Lafões, damos agora um salto até ao concelho de Oliveira de Frades, para logo descobrirmos uma artista de teatro e cinema que, desculpem o desabafo pessoal, nos enche a alma de alegria e satisfação: falamos da jovem Inês Mariana Moitas, que a este mundo das artes muito tem dado de si mesma. E por inteiro. Nas telas cinematográficas, as suas participações nas películas “ Corrente”, “Estrada de palha”, “Vencidos da vida”, “Nu feminino” e o “Útimo condenado à morte” são alguns de seus trabalhos. Em teatro, entre muitas actuações, colocamos nestas linhas um seu projecto solidário, o “Dr. Palhaço”, que mostra bem o seu lado humano. A viver a fase difícil da pandemia, pela sua juventude e vontade de ir mais longe mais alto, a Inês Moitas ainda vai dar muito que falar. E bem, de certeza. Porque nem só de arte nos alimentamos, achamos por bem referir ainda a Luciana do Casal-Sejães, que, no seu restaurante, desde há décadas, tem deixado um selo de ouro na nossa gastronomia. O bacalhau é mesmo divinal e faz jus à fama que ostenta. Por último, mas nunca por uma qualquer ordem decrescente, antes pelo contrário, demos um salto até Manhouce, S. Pedro do Sul, para contactarmos com a diva das canções e da música, a nossa Isabel Silvestre, essa voz de ouro e de magia sem fim. Tanto dela se tem falado, mundo fora, em cada canto onde se aprecia a sua enorme e inesquecível arte vocal e sentimental. Num tempo em que está a comemorar os seus oitenta e riquíssimos anos, queremos terminar estes nossos registos, cantando-lhe (perdão, pensando em cantar que, à sua beira, somos uma pequeníssima areia!) os “Parabéns a você”, com um pedido: que nunca pare de nos encantar, cantando como só ela sabe... Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Mar 2021

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