segunda-feira, 15 de março de 2021

Recuperar, resistir, desenvolver o Interior mas o PRR presta-lhe pouca atenção

Ao lermos, ainda que por alto e de raspão, o Plano de Recuperação e Resiliência, versão para consulta pública, tentámos encontrar grande semente de esperança para o futuro destes territórios de baixa densidade, este Interior continuadamente esquecido e, desta vez, para nossa infelicidade, parece que tal vai acontecer uma vez mais. Muito embora se fale em Coesão Social e Territorial, as grossas maquias saltam, de novo, para as grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e uma estreita faixa do litoral, como sempre. Estas são lições que, a nível central, são de compreensão lenta e de reduzida aplicabilidade. Os capítulos da mobilidade são disso uma negra prova. Para aqui, as componentes florestais podem trazer alguma importância, mas tememos que a demora em tomar medidas adequadas leve a que tudo se perca pelo caminho. Temos uns pingos de confiança em que se lembrem de nós, mas gato escaldado de água fria tem medo. Vejamos um caso concreto: em vias de comunicação rodoviárias, que a UE até pode vetar, por achar que o nosso país já gastou, nesse capítulo, carradas e carradas de dinheiro, pouco se vê com destino a estas zonas: talvez umas obras na EN 16, de S. Pedro do Sul a Viseu, a ligação do IC 35 - Sever do Vouga/A25, do IP 3 aos concelhos do sul, o eixo rodoviário Aveiro/Águeda, a ligação ao Parque Industrial do Mundão, via EN 229, de Viseu oa Sátão e pouco mais. Gostaríamos de ver verbas substanciais em ferrovias de Aveiro a Salamanca, sentindo que o Porto de Aveiro, aspecto positivo, pode vir a ser contemplado. Precisando de que esse facto gere sinergias para estas nossas terras de Oliveira de Frades, Vouzela e S. Pedro do Sul ( e tocamos nestas porque temos de lutar pelo que é nosso), se essa obra fundamental não avançar e não passar por aqui, vai tudo por água abaixo. Uma outra nota: no meio de tanta digitilização, a nossa preocupação vai para questões mais comezinhas, tais como a necessidade de ligar esse aspecto com a revitalização do nosso tecido social e económico e esta gente do campo merece que para ela se olhe neste PRR e noutros documentos estratégicos. Por último, já que tanto se fala em aeroportos, Monte Real deve entrar nessa equação, antes de se tomarem decisões finais... Que se não esqueçam de nós, é um favor que pedimos... Pensamos que se isso não acontecer, voltaremos a ficar para trás, muito para trás e isso mata-nos a todos...

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