quarta-feira, 26 de abril de 2023

Casa da Académica em Lafões com nova sede em Oliveira de Frades

Em instalações novas renasceu a Casa da Académica em Lafões CR Com algumas e boas capas negras, a Casa da Académica em Lafões, com sede em Oliveira de Frades, acabou de inaugurar no passado dia 15, tal como já tínhamos noticiado, as suas novas instalações, situadas no edifício da antiga escola primária Comendador Manuel Fernandes Gomes. No entanto, a festa iniciou-se no Museu Municipal com dois pontos principais: abertura da exposição com fotografias e o vídeo “ Futebol de causas”, alusivas à crise académica de 1969 e um Lafões de Honra. Mais ou menos à hora marcada que isto de cerimónias com universitários aponta sempre para alguma tolerância com os horários, lá compareceram à chamada umas dezenas de actuais e antigos estudantes de Coimbra, Universidade e outras instituições de ensino superior, primeiro para os habituais cumprimentos e, depois, para se assistir à apresentação da citada exposição (que se prolongará até dia 30) e de um documentário, em vídeo, dos momentos mais marcantes das acções ocorridas no dia 17 daquele ano de turbulência naquela cidade académica. Grato foi ver ali o Dr. José Figueirinhas, um grande jogador de futebol da Académica nos seus tempos de estudante de medicina, que, com os seus mais de 90 anos, fez questão de comparecer a este acto. Para nos situarmos no contexto de 1969, nada melhor, como felizmente aconteceu no Museu, do que ouvir um dos principais protagonistas desse dia memorável, o Dr. Celso Cruzeiro, de Cajadães e actual advogado em Aveiro, que, como elemento destacado da DG da AAC, interveio em cheio em tudo quanto ali aconteceu. Como o não podemos ouvir aqui, vamos deixar umas breves notas: tudo aconteceu por ocasião de uma visita do Presidente da República, Américo Tomás, à UC e à sessão que decorreu no edifício das Matemáticas e o representante dos estudantes, Alberto Martins, pediu para usar da palavra. Estoirou, nesse momento, a bomba. A comitiva oficial acabou por abandonar as instalações e os estudantes tomaram conta das cerimónias. Dias depois, “decretaram” mesmo o luto académico e a greve às aulas e a tudo quanto dissesse respeito a este mundo. A Universidade parou. Se este é um ligeiríssimo e muito breve resumo quanto àquilo que em Coimbra se viveu, as palavras do Dr. Celso Cruzeiro, com a ajuda das fotografias e do vídeo, muito ajudaram a compreender todas estas enormes manifestações estudantis, seus ecos e efeitos. Terminada esta “aula”, uma outra se sucedeu, numa tarde toda ela comandada pela Presidente da Casa, a Clara Vieira, que foi a da degustação de um Lafões de Honra, com serviço a cargo da Escola Profissional de Vouzela e dos Vinhos da Quinta da Moitinha. Para se continuar o programa, partiu-se para a nova sede, onde foi descerrada uma placa e intervieram Clara Vieira, os Presidentes das Câmaras Municipais de Oliveira de Frades e Vouzela, respectivamente, João Valério e Rui Ladeira, e o Presidente da DG da AAC, João Caseiro. Falou ainda César Sousa, Secretário-Geral do Conselho Cultural da AAC, finalizando o autor destas linhas como presidente da AG da Casa. A noite continuou com um jantar-convívio no Solar e mais uma actuação do Grupo de Fados Maio que veio abrilhantar esta festa desde o início ao fim. Carlos Rodrigues, NV, Abril, 2023

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