sexta-feira, 7 de abril de 2023

" Amentar" as almas, uma tradição pascal em Paços de Vilharigues

Amentar as Almas enche Igreja de Paços deVilharigues No final da tarde de domingo, dia 1, estendendo-se pela noite além, a paróquia de Paços de Vilharigues foi a escolhida para acolher os cantos populares do “Amentar as Almas” do concelho de Vouzela, que vai já em 21 edições. Com um tema comum, os dez grupos que compareceram neste evento ali levaram versões e encenações muito diversas, o que faz a grande riqueza destas tradições. Com roupas escuras, regra geral, incluindo o uso de capuchas, envergadas, com orgulho, por quem vem mais da Serra, com tochas e lanternas e até cajados em vários casos, que estes eram e são costumes mais nocturnos, servindo os varapaus para as pessoas se apoiarem em caminhos então escuros e cheios de obstáculos e desníveis, como se referiu a propósito de Fornelo do Monte, por aquele templo desfilaram , por esta ordem, os Grupos Trajes e Cantares de Cambra, de Loumão, do Rancho Folclórico de Fornelo do Monte, Almas Santas de Alcofra, Cavaquinhos e Cantares à Beira de Queirã, Associação “ Os Amigos de Levides”, Rancho Folclórico “ As Capuchinhas de S. Silvestre de Vasconha, Almas Santas de Albitelhe, de Carvalhal de Vermilhas e a “equipa” da casa, a Sociedade Musical de Paços de Vilharigues. As entidades oficiais também ali estiveram, mormente, os vereadores Carlos Oliveira e Carla Maia, o Presidente da União de Freguesias de Vouzela e Paços de Vilharigues e Padre António Sousa, como anfitrião-mor. A seu tempo, cada uma destas pessoas usou da palavra para saudar a continuação desta iniciativa, sobretudo no momento da abertura e do encerramento, no cumprimento de um bem organizado programa que teve e conduzi-lo com maestria a jovem Marta Costa, também elemento do Grupo da terra em festa. Sendo este um sarau cultural com grande carga religiosa, foram evidentes as provas de como estas tradições dos cânticos e das orações estão enraizadas no nosso povo. De início, eram apenas actos praticados pelos homens das aldeias, entre quarta-feira de Cinzas e a Semana Santa, mas, na actualidade, congregam mulheres e ainda crianças e jovens. Se nuns lados, se andava de casa em casa em peditórios, “Dai a esmola que puderem em favor das Almas Santas”, noutros cantava-se nas encruzilhadas dos caminhos. Para mostrar tudo isto e muito mais, aquele foi um momento de encanto cultural, culminando, como convém, com um convívio à mesa na Sede da SMCR local, em serviço a cargo da Escola Profissional de Vouzela. Carlos Rodrigues, in “ Notícias de Vouzela”

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