sábado, 8 de julho de 2023

Kiko, de Cambra, mostrou a sua grande arte musical na RTP

KIko, um vencedor sem ter sido o primeiro CR Francisco Santos (KIko), o miúdo de Cambra que já passou, com sucesso, pelos palcos da TVI e da RTP, sendo que, nesta última estação pública de televisão, terminou a sua prestação no passado domingo, dia 25, bem pode orgulhar-se dos percursos efectuados e das etapas que, num e noutro caso, foi vencendo passo a passo. Neste “ The Voice Kids” de 2023, no meio de cerca de 50 concorrentes, subiu ao palco nos três primeiros lugares e, dizem, só não venceu por uma unha negra, sendo que a luso- americana Júlia Machado conquistou a posição maior, o primeiro lugar. Parabéns para ela. Já agora, felicitações também para o nosso conterrâneo distrital José Cesário, amigo da família em festa, e para a nossa amiga vouzelense, de coração partido, Ilda Pinto, que se viu metida entre duas opções, uma quase de sangue e uma outra diferente, a da enorme comunidade portuguesa, nos EUA, onde reside e onde tanto tem feito pela nossa cultura portuguesa. Por cá, Vouzela e arredores, o nosso Kiko é o “grande vencedor” e dessa fama se não livra, que o fogo de artifício das duas últimas actuações assim o atesta. Com uma comunidade que nunca o desamparou e foi crescendo sempre à medida que ele ia evoluindo nos grandes écrans, muto por força e capacidade organizativa e mobilizadora da Catarina Almeida, a sua voz, por todos ovacionada e reconhecida, já tem um assegurado lugar de destaque, assim ele e sua família sustentem essa justa ambição de uma fulgurante caminhada no mundo da música. Este nosso Kiko já não é apenas um potencial qualquer, é um rapazinho que tem tudo para fazer uma carreira de sucesso. Aquele trio que vimos aparecer no palco para dele sair um(a) vencedor(a), Júlia Machado, Francisco Santos (Kiko) e Francisco Horta, que respira Alentejo por todo o lado, foram todos dignos daquela posição maior. Quem iria subir ao topo, isso era quase indiferente para muita gente que os foi vendo e escutando. Por razões de parentesco territorial, aliada à valia de sua capacidade musical e interpretativa, desculpem, essa atitude de tanto nos faz não cola com a nossa personalidade: para nós só havia um justo e querido vencedor - o KIKO. No papel, assumamo-lo, não o foi. Mas nos nossos corações esse é o nosso entendimento. Dizem que esta posição é a antítese de um jornalismo que se quer independente e justo. Sabemos essa teoria e também defendemos tal tese. Mas, deixem que vos diga, quando se junta qualidade, proximidade e emoção, nem o jornalista resiste. É o nosso caso no relato daquilo que vimos e ouvimos com o nosso Kiko. Pedindo desculpa à ética e ao código deontológico, também temos direito a estas coisas de uma emoção controlada. Com as prestações que o Francisco Santos (Kiko) nos ofereceu, a freguesia de Cambra, o concelho de Vouzela e a região de Lafões têm razões de sobra para se sentirem nos píncaros da lua. Nós já lá estamos, de certeza. Obrigado, Kiko!... A terminar, queremos deixar duas ou três notas estilo crítica ou comentário: em primeiro lugar, queremos agradecer a Deus o dom da voz que deu ao Kiko e à sua família por isso terem reconhecido e lhe darem asas para voar; seguidamente, queremos manifestar o nosso apreço pela força e capacidade agregadora que a equipa de suporte organizativo nos proporcionou; não podemos nem devemos esquecer, por outro lado, a riqueza do suporte que foram os seus inúmeros fans… Como dica final, deixamos um forte elogio à nossa RTP por alimentar estes programas de genuína cultura popular e de “caça-talentos”. Esta é, sem dúvida, uma missão de alto nível que encaixa na perfeição na noção de serviço público que defendemos. Dizemos ainda mais: em estúdio, é alta a qualidade do desempenho de cada missão que ali vimos suceder-se minuto a minuto, horas e horas a fio. Mas no melhor pano cai a nódoa, como diz o nosso bom povo: para uma entidade televisiva pública, nossa por sinal, as condições oferecidas ao público que ali vai em apoio aos seus cantores são miseráveis, são mesmo um ultraje a todos nós. Com um estúdio de primeira classe, o pavilhão em que se localiza e os seus arredores são tudo menos aceitáveis. São a nossa vergonha nacional em acessos e serviços prestados. Em termos de higiene pública, uma miséria de todo o tamanho e uma indignidade total, para não dizermos uma ofensa ao próprio conceito de saúde pública, Que olhem para aquilo o Ministério da Saúde e tantas outras entidades. E que o Ministro da Cultura ali passe urgentemente e tome as medidas que se impõem e exigem. O Kiko, a Júlia Machado, o Francisco Horta e os outros quase 50 concorrentes e seus apoiantes do Minho ao Algarve, incluindo os EUA, merecem mais respeito e outras condições de acesso a estes e outros espectáculos. Pobretes, sim, miseráveis, nunca. Desculpa lá, Kiko, esta minha divagação, mas senti-me envergonhado com as condições que nos ofereceram para podermos usufruir e beneficiar da magia da tua voz e de teus dotes musicais. Peço-te uma só coisa: segue em frente que os palcos do mundo estão à tua espera. Sei disso e nisso creio firmemente. Muito obrigado e um forte abraço… Carlos Rodrigues, in “ Notícias de Vouzela”, Junho, 2023

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