sexta-feira, 12 de março de 2010

Um passeio por Mafra

Para rever o fausto de D. João V e dar uma miradela ao Convento de Mafra, o PSD, em fase de turismo cá dentro, pouco mais que de pé descalço, resolveu mobilizar(?) o seu pessoal e ir até até à terra que tem por costume um Ministro a governá-la. Com sede de poder, perdido há anos, basta-lhe este consolo-terminação.
Só assim se compreende este Congresso. Nascido de um monte de caprichos, concretizou-se para na televisão aparecer todo aquele ambiente de festa, agora muito mais amortecido que em tempos de eleição com brilho, impacto e força. Mesmo assim, dizem, negoceiam-se esta tarde as entradas em maré de Telejornais, porque esses são momentos solenes...
Fora isso, pouco mais dali sairá. Talvez uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.
No entanto, pode muito bem acontecer que haja algum frenesim, quando - noticiou-se - Santana Lopes, o mordomo-mor deste festim, subir ao palco e proclamar o seu desejo de ver Marcelo em S. Bento e um dos outros seus companheiros em S. Caetano à Lapa, despido de tudo, para deixar brilhar quem, muito desejado, não se quis atrever a ir a votos. Imaginação, vemos que a há a rodos, mas quanto a realismo e veia política, nem pitada, por estranho que pareça...
Quando à oposição se exige seriedade e acção, sai-nos na rifa este entremês, sem lei nem roque.
Que quem se coloca no terreno como futuro líder, saiba resistir ao encanto de abrilhantar um espectáculo destes, que isso de servir de animador cultural não é bem a vocação que se pede a quem tem de pensar no nosso devir.
Com um presente tristonho quanto baste - e é demais - esta passeata até Mafra não vem nada a propósito, pelo menos no nosso modesto entendimento...
Como a temos entre mãos, divertamo-nos com ela.
Mesmo sem vontade, deve acrescentar-se.

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