quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Adeus, " Acontece "

Nestes dois últimos dias, vi partir duas pessoas que me eram queridas: o Professor Paulo Amaral de Figueiredo, em Vouzela, um Amigo de tantas andanças, que, na hora da partida rumo ao Cemitério, fez parar aquela vila, que assistiu, numa medida de grande significado, a um Município encerrado, para melhor homenagear quem assim se despedia, o que mostra bem quanto era estimado na sua terra; sem o conhecer pessoalmente, a notícia da morte de Carlos Pinto Coelho deixou-me meio boquiaberto, por entender que tanta vida, tanto suporte cultural eram o maior dos seguros que, aqui, neste planeta de passagem efémera, sabemo-lo, nos podem ajudar a vencer cada dia que passa.
O Paulo e o Carlos estão lá do mesmo lado. Posso afirmá-lo com convicção. Um entregou-se à sua paixão, Vouzela, outro, espalhou cultura por tudo quanto era sítio de lusofonia.
Com estas duas tristezas, até me esqueço que, em Bruxelas, está reunido o Conselho Europeu, que tem nas mãos duros ossos para roer. Mas, por mais que estiquemos a corda, é de números que ali se vai falar.
E o Paulo e o Carlos tinham outra magia: um dava-nos exemplos quanto à defesa de uma região, outro punha-nos, com brilho intenso, a cultura em casa. Aquele " Acontece " era um primor de momento televisivo, que nunca mais se esquece. Nem é bom que assim pensemos.
Neste duplo adeus, sabemos que um e outro ficarão para sempre connosco.
Um abraço de saudade e admiração.
Paz a suas almas grandes, imensas...

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