quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

David d'Almeida, de S. Pedro do Sul, doa espólio à FCG

David d´Almeida perpetuado em Lisboa Família de sampedrense doa seu espólio à FCG Carlos Rodrigues É vastíssima e reconhecida internacionalmente a faceta artística do saudoso cidadão de S. Pedro do Sul, onde nasceu em 1945, David d’Almeida, nos domínios da gravação e litografia. Durante anos, correu mundo, levando na mala a sua arte e o seu empenho em deixar obra feita. Um dos seus pontos altos, com significado amplamente local, foi a atenção que dedicou à Pedra Escrita de Serrazes que imortalizou à sua maneira. Com uma criação notável, morrendo prematuramente aos 65 anos, o seu espólio tornou-se algo de muito apreciado e bem digno de ser mostrado e preservado pelos tempos fora. Como herdeira desse valioso património foi a Fundação Calouste Gulbenkian, instituição que lhe deu a mão, como Bolseiro, numa fase determinante da sua vida, a quem sua família doou a documentação valiosa que deixou. Formado na Escola António Arroio, em Lisboa, estudou ainda no Atelier 17, em Paris, e na Goldsmiths University of London, Inglaterra, porque nunca quis deixar de aperfeiçoar os dons naturais com que foi dotado, pondo-os a render amplamente, como se comprova pelo legado que foi espalhando por toda a parte. Com colecções públicas e privadas a mostrarem-se em Portugal, França, Espanha, Suécia, Alemanha, Brasil, Macedónia, Iraque, Marrocos e outros territórios, podem ainda apreciar-se os seus trabalhos no Hotel Ritz, Lisboa, Centro de Saúde, Calheta, S. Jorge – Açores, Estação Conceição do Metro, S. Paulo – Brasil, Estação do Metro de Cabo Ruivo, Lisboa, diversos locais de Macau, Cabo Verde, Escolas Secundárias de S. Pedro do Sul, Vouzela e Oliveira de Frades, Madre da Fonte Termal, S. Pedro do Sul, Pedra Escrita de Serrazes, nesta mesma cidade, a par das suas obras na Vista Alegre e tantas mais que se podem encontrar noutros sítios e plataformas. Galardoado com várias distinções, destaca-se o Prémio Nacional de Gravura (1980), a Comenda da Ordem de D. Henrique, 1997, e a Homenagem Pública prestada pela Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, no ano de 2015. Do espólio doado à FCG, são de evidenciar, por exemplo, as obras de arte, os manuscritos e anotações, desenhos e colagens, fotografias e negativos, maquetas diversas, segundo o que vem relatado por estes dias na comunicação social. Em complemento desta notícia, queremos dizer que, há anos, este mesmo jornal pôs em evidência a figura de David d’Almeida, entre um conjunto de personalidades que se pretenderam retratar para memória futura. Numa altura em que na cidade de Lisboa passa a ficar o seu tributo à arte, importa agora que as entidades locais estabeleçam a necessária ponte e parcerias, de modo a que a sua terra possa aceder à obra de um de seus mais notáveis criadores. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, Jan 2021

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