sábado, 23 de janeiro de 2021

Professor Martim Portugal, da nascimento em Oliveira de Frades à morte em Coimbra...

A morte do Professor Martim Portugal Natural de Oliveira de Frades, faleceu em Coimbra Com 85 anos, acabou de nos deixar, na cidade de Coimbra, o Professor Martim Ramiro Portugal Ferreira, casado com Maria Avelina Moreira e Silva Vasconcelos Ferreira e pai de Diogo, Luísa, Cláudia, Benedita, Manuel, Teresa e Mariana Ferreira. Natural da vila de Oliveira de Frades, com residência na Quinta do Couto, fez grande parte da sua vida e carreira académica naquela cidade. Doutorado em Geologia, foi nesta área que se notabilizou em Portugal e no estrangeiro, tendo sido docente de várias cadeiras, orientador de dezenas de teses de mestrado e doutoramento, presidente dos Conselhos Directivo, Pedagógico e Científico da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra entre muitas outras e diversificadas funções. Com uma grande dedicação à sua terra natal, passou os últimos tempos a estudar o Couto de Ulveira que tanto lhe dizia pessoal e familiarmente. Logrou conhecer esse passado, ainda anterior à nacionalidade portuguesa, e várias personagens e famílias importantes desses tempos medievais e destas terras de Lafões. Se esta era uma de suas actividades como que de lazer, aqui desenvolveu ainda alguns estudos nas suas áreas da geologia e águas, nomeadamente averiguando focos e pólos de poluição mais prejudiciais ao ambiente. Filho do Dr. Manuel Ferrreira Diogo e de Benedita Portugal e Melo, veio seu pai do Covelo de Valadares para a vizinha vila de Oliveira de Frades como Conservador do Registo Civil e Predial. Neste concelho foi Presidente da Câmara Municipal nos anos de 1908, 1911 e 1926/1928. Retomando a vida e obra do Professor Martim Portugal, é curioso verificar-se que, em jeito de graça e brincadeira, confessou à Newsletter de 2012, publicada pelo Município de Oliveira de Frades, que a sua carreira académica nasceu ainda na escola primária em Espinho e com uma moeda de $50, cinquenta centavos, que então ali recebeu como prémio e que o veio a acompanhar pela vida fora.Um dia, ao ter de escolher entre os cursos de medicina e engenharia, atirou a moeda ao ar e lá lhe calhou este último ramo científico, tendo começado pelo curso de Engenharia de Minas antes de enveredar pela Geoologia. Em constantes viagens pela ciência, andou pelos Estados Unidos da América, onde foi bolseiro, aluno e professor na Universidade da Califórnia em Berkeley, pela Espanha, México, desenvolvendo trabalhos vários em S. Tomé e Príncipe, Angola, Arquipélago da Madeira e vários outros locais por esse mundo fora. Cidadão activo, foi deputado municipal em Coimbra e Presidente da respectiva Assembleia Municipal durante vários anos. Actualmente, era ainda Presidente da Assembleia Geral das Àguas de Coimbra, entidade que mostrou forte consternação com sua morte, igual atitude tomada, por exemplo, pela Associação Portuguesa de Geólogos. Se iniciou a sua caminhada universitária no Porto, foi em Coimbra que se fixou e onde acabou a sua licenciatura, bem como o doutoramento em Geologia, com 19 valores, no ano de 1967. Seria nesta cidade que encontraria o fim de sua vida, mas com uma importante obra a fazer perpetuar o seu legado e o seu espírito de cientista de alto valor e um notável gabarito a todos os níveis. Oliveira de Frades teve nele um de seus filhos ilustres. Coube-nos a felicidade de o termos tido como bom amigo e companheiro de acções várias, nos campos do seus saberes geológicos e, sobretudo, no seu grande apetite pela cultura e história de nossas terras. Curvando-nos perante sua memória, recordá-lo-emos para sempre. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Jan 2021

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