quinta-feira, 15 de abril de 2021

A morte de Almeida Henriques e a dor que provocou...

Morte de Almeida Henriques gera onda de dor Presidente da Câmara de Viseu faleceu de Covid aos 59 anos Internado no Hospital de Viseu há cerca de um mês (7 de Março), para onde fora em consequência do agravamento do seu estado de saúde após ter sido infectado com a Covid 19, o Dr. António Joaquim de Almeida Henriques faleceu, infelizmente, no dia 4 deste mês de Abril, Domingo de Páscoa. Presidente da Câmara Municipal desde 2013, teve um vasta e preenchida carreira política e social, quer a nível local, quer nacional. Por esse facto e pelas suas qualidades pessoais, o seu passamento motivou uma enorme manifestação de pesar que as redes sociais tanto têm vindo a demonstrar. Desde os cidadãos anónimos à mais alta magistratura do país, concretamente o Presidente da República, professor Marcelo Rebelo de Sousa, passando pelo Governo e Primeiro-Ministro, Dr. António Costa, e Presidente da Assembleia da República, Dr. Ferro Rodrigues, e ainda pelos diversos partidos políticos e grupos parlamentares, todos têm mostrado quanto era estimado como cidadão e como autarca. Particular atenção lhe têm dedicado os seus colegas de funções no poder local, com destaque para a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), de que era um dos vices.presidentes do Conselho Directivo. Esta era a notícia que o jornal “Noticias de Lafões” nunca quereria dar. Há dias, pensámos em falar deste caso, mas com a firme convicção de que, sabendo, no entanto, que o seu estado de saúde inspirava graves cuidados, iria conseguir ultrapassar esta sua dolorosa situação. Era esse o nosso vivo desejo. Quis o triste destino que assim não tivesse acontecido. A Covid, que continua por aí, levou-o para sempre fisicamente, mas a sua obra e o seu legado permanecerão connosco. Viseu, a sua cidade e concelho, esta nossa região e o pais, o municipalismo, a vida política e social acabaram de perder, aos 59 anos, mais um de seus dedicados filhos e activos protagonistas. Pessoalmente, temos ainda de dizer que perdemos um bom a grande Amigo, com muitas coisas e causas em comum, sendo que, por exemplo, os nossos aniversários são no mesmo dia, 5 de Maio, andamos ambos por Moçambique, adoramos ler Mia Couto, e tantas outras coincidências. Licenciado em Direito, nasceu e morreu em Viseu, a sua amada terra. Autarca desde há vários anos, foi Presidente da Assembleia Municipal, ocupando, desde 2013, a cadeira da presidência da Câmara Municipal. Desempenhou as funções de deputado em quatro legislaturas, desde a IX à XII, tendo sido vice-presidente do seu Grupo Parlamentar, o PSD, por duas vezes. Foi ainda Secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional no Governo do Dr. Passos Coelho. Localmente, além das lides autárquicas, presidiu durante anos à AIRV, Associação Empresarial da Região de Viseu, e foi membro da Direcção do Conselho Empresarial do Centro, entre várias outras funções. As cerimónias fúnebres, limitadas ao mínimo em função das restrições e cuidados de saúde que se impôem, tiveram lugar na passada segunda feira, dia 5, tendo o cortejo saído do Hospital por volta das 16 horas, passando por várias artérias da cidade, parando frente aos Paços do Concelho para uma última homenagem e um minuto de silêncio, seguindo depois para o Cemitério de Abraveses, onde foi sepultado em ambiente familiar. Na Sé, ás 18h30, o Bispo de Viseu, Dom António Luciano, celebrou uma missa solene em sua honra e memória. A este triste evento se associaram as mais altas entidades da nação, designadamente o PR Marcelo Rebelo de Sousa, os ministros Eduardo Cabrita e Ana Abrunhosa e o secretário de estado, João Paulo Rebelo, também viseense, muitos de seus colegas de funções autárquicas e parlamentares e o povo, muito povo, da sua terra. Entretanto, a CM decretou três dias de luto municipal. Chorando a sua partida, Almeida Henriques não morreu, porque só parte quem deixa de ser lembrado e ele nunca mais será esquecido. Certo é que, porém, a cidade e o concelho, viram deixar-nos alguém que muito deu em favor de um sonho e de uma ambição: fazer de Viseu um continuado e agradável espaço para se viver e se ser feliz. Tendo-o conseguido, esta é a hora da gratidão, mas nunca do esquecimento. Até um dia, Almeida Henriques. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, Abr 2021

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