terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Tempo de quedas

Nesta onda de quedas sucessivas, perigosas e derrapantes, quase só o desemprego contraria esta lei de uma gravidade que não desejaríamos: se esta é quase a única mas triste subida, tudo o mais leva o carimbo do desastre, do descontrolo, o que se não pode dizer, como é óbvio, em termos de quem deve, de os juros terem essa - aí feliz - coincidência. Mas para quem vive das suas economias, a Euribor em derrapagem torna-se uma forte dor de cabeça.
Perante a dupla significação das diversas situações, quem não gosta mesmo nada de se ver a escorregar é o Quaresma, que, de menino bonito em Portugal, passou por um mau bocado na Itália, joga agora nas reservas do Chelsea, na Inglaterra, lugar que não lhe calha nada bem.
Há, neste caso, uma lição a tirar: nada é definitivo e a glória de hoje pode muito bem ser a tristeza de amanhã. A viver essa angústia, desejamos ao Quaresma, que até nem militava num clube que nos fosse, aqui, particularmente grato, toda a sorte do mundo e um rápido regresso à ribalta da alta roda do futebol, para que Portugal possa ver aplicadas as suas famosas "trivelas".
Em grande subida esteve, valha-nos isso, a Suissa que soube honrar a liberdade ao votar SIM no referendo sobre a livre circulação de gente da União Europeia, dando seguimento a legislação de 2002.
É um claro sinal de alívio para os muitos milhares de nossos compatriotas que ali vivem e ganham o seu pão, ao mesmo tempo que representa uma merecida bofetada nas pérfidas ideias que germinam lá mais acima, no Reino Unido e que queremos ver erradicadas de vez, porque, essa sim, é uma queda de todo o tamanho.
Quando o mundo tende para o seu desabamento, a consolação que nos chegou da Suissa veio na hora: em maré de crise o saloio proteccionismo levou ali uma boa tareia, que se saúda e se aplaude.

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