sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Um dia em Lisboa

Esta é uma cidade de visíveis contrastes. De manhã à noite, tanto acontece o melhor dos mundos como a escorregadela para as nódoas negras. Falemos, por exemplo, de ontem, dia dezanove de Fevereiro de 2009.
Um dia vivido com olhos de ver dá para tudo. Começamos com as populares viagens de autocarro, munidos de um título de transporte que nos deixa circular durante vinte e quatro horas:
Carris I - São cerca das dez da manhã. O nº 738 segue o seu caminho, quando um vidro de suporte às suas lâmpadas ameaça desabar sobre as cabeças desprevenidas. Um grupo de passageiros, voluntários da última hora, procede à respectiva recolocação, em termos de brincadeira e de "prestação" de serviços gratuitos. Operação resolvida com êxito, mas criticada por quem entendia que aquilo era trabalho para gente da casa e não para amadores. Nota cinco.
Carris II - De tarde, por volta das quinze horas, mais um pedacito, corre pela Alameda das Linhas de Torres o nº 36. Alguém entra apressada, valida o bilhete, passa essa operação despercebida do motorista, que, de imediato, chama a hipotética prevaricadora para a sua falha, isto no seu entender. Gera-se a confusão em alarido sonoro e pouco simpático. Nova passagem pela máquina. Tudo certo, menos as contas do palavreado. Sobe-se de tom e de ofensas pessoais. O homem do volante vem tentar tirar uma espécie de "merecida" desforra. Reina a confusão e quase se pensou em chamar a polícia. Nota zero.
Serviços - Uma ida, mais uma, ao ANTT é sempre um enorme prazer. Ali está tudo aquilo que é o nosso passado. Melhor: quase tudo, porque a perfeição é impossível. De serviço em serviço, sempre a mesma atenção e eficiência, tanto a receber o vulgar cidadão, como aquele que, por um ou outro feito, se destaca do comum dos mortais. Ali vi, por exemplo, O Professor Veiga Simão, o ministro dos ministros da Educação, ser atendido tal e qual como os demais. Por tudo isto, qualidade, educação, igualdade e simpatia, nota cinco, porque a escala não se pode estender.
Mais além, a Academia Portuguesa de História. Belo edifício, mas um tanto apagado, quanto às sua valências, pelo menos na parte da tarde do dia em que lá fomos. Nota quatro, à cautela.
Por fim, a inesquecível Fundação Calouste Gulbenkian. Um mimo da casa. Um sonho de ideia concretizada que nunca nos esquecemos de agradecer, desde os muitos livros lidos, via carrinha ambulante, às deslocações à Sede, como foi o caso de ontem. Sempre mais alto, mais além e melhor. Amigo que somos das energias alternativas, relativamente a esta benemérita FCG, é com apreensão que assistimos a uma qualquer quebra do petróleo, estando, certos, porém, que não deixarão de aparecer alternativas de sobrevivência, porque ali a morte jamais pode entrar.
Nota cinco, bem reforçada e votos de muita saúde.

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