quarta-feira, 22 de abril de 2009

O excesso das Finanças

Que andam mal as finanças portuguesas e mundiais, isso nós sabemos de cor e salteado e o FMI não se esquece de o relembrar, como agora aconteceu ao prever uma queda do PIB em 4,1%, enquanto o nosso BP, bem mais meigo, se inclina para os 3,5%. Mas garante o Primeiro-Ministro, em mais um festim na Assembleia da República, ainda há poucos minutos, as despesas, na ordem dos 21%, estão debaixo de controle, o que nos deixa mais aliviados, se a realidade o não desmentir, dentro de poucos dias. A ver vamos...
Mas duro de ouvir foi a sua teimosia em permitir que os idosos, aqueles que pouco recebem e a quase tudo se calam - estranha sina! -, venham a ser punidos com coimas, por não terem entregue a declaração do IRS, referente a 2007, assim procedendo porque nunca lhes passara pela cabeça que estavam perante tão bizarra obrigação. Por interpostas pessoas e vias, fizeram ecoar as trombetas do seu descontentamento, aqui mostrando que não querem ficar sempre calados, mas parece que as suas vozes se perderam, ou, ao baterem na portas de S.Bento, só encontraram a força empedernida de quem apenas lhes passa cartão para receber os seus votos...
Conscientes de que têm o dever de responder às solicitações do Fisco, o tal cesto dos velhos impostos, quanto a 2008 não regatearam qualquer entrega. Sem acessos a "offshores", deram-se ao trabalho de ir às Finanças, ou até pela Internet, para não deixarem esse seu dever passar ao lado. Outros, porém, nesse mesmo momento, desviaram somas infindas e toda a grande gente se cala, mas aos idosos tudo fazem para lhe sugarem mais uns cêntimos. É isso um abuso e uma descarada medida que, sem um pingo de vergonha, arranca a estes nossos amigos mais sono que, propriamente, dinheiro. Mas onde pouco há, uma migalha que se tire faz mossa e da grossa.
Para que conste, o caso é este: como antes os montantes recebidos estavam isentos, agora em 2009 repesca-se 2008, face a novos valores, o que pode ter alguma lógica. Mas ir até 2007 é um disparate de todo o tamanho e até uma ofensa à dignidade e integridade desta nossa querida gente.
Recuar, aqui e agora, impõe-se. Avançar é cair no ridículo de uma decisão que a todos faz perder.
Se assim for entendido, eis uma sugestão: se a indignação não chega, passe-se à desobediência civil... Eles, aqueles que têm um coração mais duro que um calhau, bem merecem que assim se proceda. Vamos a isso!...

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