segunda-feira, 6 de abril de 2009

Para Aquila, já!

Em horas de dor, o nosso coração cai sempre para aqueles lugares onde a tragédia aparece, sorrateira, ameaçadora, destruidora mesmo, sanguinária, suicida, que tudo leva à sua frente e não pode deixar ninguém de lado, quando a solidariedade mais se impõe.
Neste momento, é altura de partirmos para Itália, mais concretamente para a zona de Aquila, a fim de cumprir a máxima pombalina de, primeiro, cuidar dos vivos e, logo a seguir, enterrar os mortos. Dói-nos a partida de toda esta gente, custa-nos ver o sofrimento daqueles que, por entre os escombros, choram o seu dorido destino e anseiam por uma ajuda salvadora.
Correr para Aquila, solo irmão, é um dever e um imperativo. Itália precisa de todos nós, sendo contagiante a vontade de auxiliar uma terra, uma zona, uma nação e um pedaço de mundo que tanto sofre. Se a natureza ali marcou uma passagem de destruição, aos homens cabe contrariar, quanto possível, os seus efeitos.
Ser solidário é dar tudo, sem nada reclamar em troca. Provam esta teoria e este espírito os nossos e os demais bombeiros e até o cidadão anónimo.
Como, fisicamente, por aqui temos de ficar, para Aquila segue o nosso testemunho de pesar por quem nos abandonou, assim tragicamente, e os nossos votos de saúde e felicidade - a possível, quando a desejável está minada por força das circunstâncias - para aqueles que sobreviveram, incluindo, logicamente, os nossos compatriotas que ali se encontram.
Se as lágrimas embaciam todos os olhares, que o sol limpe estes rostos de desânimo e os ajude a percorrer os caminhos novos que, necessariamente, há que trilhar, uma vez mais.

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