terça-feira, 19 de abril de 2016

Ensino pré-escolar...

Ouvi falar, por estes dias, o Ministro da Educação na necessidade e na sua vontade de, nos próximos anos, estender o ensino pré-escolar a todas as crianças dos três aos cinco anos, em processo que será feito de uma forma faseada. Gostei da ideia e espero vê-la em prática. Mas, ainda que cheire a uma certa confissão de vaidade (que seja!), pertenço a um concelho, Oliveira de Frades, onde essa questão não existe desde há anos. Está absolutamente resolvida, por intermédio da Câmara Municipal, da Misericórdia, numa certa altura, por projectos particulares um tanto em parceria com a autarquia local. Recordo isto com orgulho e com um pouco de medo do que vou revelar: antes de ali haver um parque de Jardins de Infância, topo de gama, que cobrem todo o município, fruto de várias candidaturas feitas há anos, partiu-se para soluções precárias, arrendando a CM garagens, casas privadas e outras instalações para criar os então chamados Jardins Autárquicos. Quanto ao pessoal, foi, em termos de recrutamento, um pouco estilo pesca à linha. E assim se viveu uns anotes. Devagar, entrou-se na rede pública e tudo mudou de figura: concursos, edifícios próprios e tudo o que mais foi necessário. Em matéria de transportes, mobilizaram-se todos os táxis do concelho e até viaturas particulares a quem se pagava o preço/km oficial, ou com acertos. Em alimentação, cedo se conseguiu pôr os pais a colaborarem antes de haver subsídios oficiais. Quando este vieram para o JI, deixando de fora, o dito ensino primário, muito antes de qualquer lei, todos os alunos passaram a ter acesso a uma refeição condigna. Isto começou há cerca de vinte anos, ou até antes. Conclusão: pisando o risco, avançou-se. Tendo receios, a aventura, pelo que vemos, foi muito bem sucedida. Durmo descansadíssimo agora, quando, nesses tempos, os sobressaltos eram mais do que muitos. Mas VALEU bem a pena...

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