sábado, 9 de abril de 2016

RI 14 a olhar pela paz

RI 14 mostra acções de paz Há dias, por obra de um feliz acaso, descobrimos em Viseu, no Palácio do Gelo, uma exposição organizada pelo RI 14, com um sugestivo título: “ O Regimento de Infantaria 14 nos novos conflitos”. Com material vistoso, com uns militares extremamente atenciosos e dedicados à sua missão de nos informarem, por lá deambulámos uns minutos. Vimo-nos metidos em operações de paz, essencialmente. Passo a passo, estivemos perante fotografias, descrições de teatros de operações, simulação de militares equipados para as diversas funções, viaturas, armamento, documentos e outros materiais explicativos. Recuámos 44 anos, quando aquela mesma Unidade, o sempre RI 14, muito embora já tenha passado por outras designações, nos acolheu para ali darmos instrução, nessa fase com vista à partida para África então em guerra. Sentimos como que um aperto de coração, de sinal positivo, tantas são as mudanças, em finalidade, destas duas épocas, a nossa e esta de agora: a diferença abismal entre funções humanitárias e bélicas! De repente, viajámos até Timor, Bósnia-Herzgovina, Kosovo, Afeganistão. Em todos estes espaços de conflito e de tentativas de pacificação posteriores, o RI 14 tem estado activamente presente, nestes anos do século XXI, desde 2001 até aos nossos dias. Pode adiantar-se que, em 2016, ali se encontra em fase de aprontamento o 2ª Batalhão de Infantaria Mecanizado de Rodas, que tem vindo a fazer a sua formação neste Quartel de Viseu. No citado Palácio do Gelo, foi um pouco de tudo isto que esteve patente ao público de 19 a 27 de Março, a merecer francos elogios e uma atenção especial. Espicaçados por esta iniciativa, passamos para uma fase de querermos saber mais sobre esta Unidade Militar. Entre a variadíssima informação existente, aconselhamos vivamente que se leia uma magistral obra, “ O 14 de Infantaria”, edição do RI 14, do ano de 2009, disponível, por exemplo, na Internet em “repositório comum. rcaap, pt/bitstream... “. Por entre esse emaranhado de fontes, ficámos a saber que a Comarca de Viseu, em 1639, tinha 96 Companhias, que em 1808 ali chegou o RI 11, que, de 1829 a 1834, havia o Quartel da Ribeira com o Regimento de Caçadores da Beira Alta, que tivemos o RI3, de 1835 a 1837, o BI19, de 1837 a 1841, o BI 24, 1841-1842, para, neste ano, aparecer o RI 14. Com participação activa em muitos cenários, de 1845 a 1847 andou metido na Revolta da Maria da Fonte, do lado governamental, de 1914 a 1918, interveio na 1ª GG, com um Batalhão em Angola, de 1940 a 1944, esteve, no âmbito da 2ª GG, nos Açores e, novamente, em Angola, passando pela Índia, 1957-1958 e por África, de 1961 a 1974. Numa tão longa história, nestes tempos modernos, há a registar várias parcerias locais deste RI 14, que, por tudo isto, e pela relevância social e económica que tem na cidade de Viseu e no nosso distrito, não pode, nunca, ser olhado de lado, nem com displicência. Antes pelo contrário. Para dele darem testemunho, há milhares e milhares de jovens que podem desempenhar essa tarefa de conhecimento. Na primeira pessoa, pertencemos nós também a esse enorme grupo. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Março, 2016

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