segunda-feira, 28 de maio de 2018

Apresentados os apoios à agricultura pós-incêndios

Apoios aos prejuízos com os incêndios revelados pelo Ministério da Agricultura Num exercício de transparência informativa, o Ministério da Agricultura acaba de apresentar a listagem de todos os auxílios financeiros canalizados para as vítimas de perdas com os incêndios do trágico ano de 2017. Deixando de fora o fundo REVITA, por serem provenientes de outros canais, esta afectação de verbas surge-nos distribuída por quatro rubricas, que são estas, muito embora elas não reflictam a totalidade dos montantes dispendidos, como se deduz dos apoios globais que, no final, se referem: - Restabelecimento do potencial produtivo – 767 entidades, com um valor de 16.75 milhões de euros. - Sector da vinha – 413 apoios, com 5.59 ME. - Para prejuízos englobados entre mil a cinco mil euros – 7603 destinatários, num total de 4.63 ME. - Há ainda a indicar mais 1360 pessoas também a serem abrangidas pelo citado REVITA. - Resumo final – 25 073 agricultores subsidiados com 82 milhões de euros. Segundo as informações obtidas, nestas tabelas apenas se dá nota dos processos já despachados até 15 de Maio, sendo que tudo continua em aberto e em análise quanto a assuntos pendentes e outro tipo de candidaturas. Semanalmente, vão sendo revelados mais dados, no portal do IFAP. Com este passo, tudo se torna mais claro em matéria de informação, o que já é algo de positivo. Mas a essência dos apoios em si não deixa de conter um facto que muito penaliza um sector, a da agricultura e da agropecuária, que foi visto como algo de marginal em todo o sistema de auxílios estatais e europeus, quando confrontado com o restante mundo empresarial. Em percentagens, ficou sempre aquém da indústria, do comércio, do turismo e demais situações e isso é algo incompreensível e inaceitável. Sendo o mundo rural um campo em que é preciso fazer muito mais e melhor pela sua revitalização, atirar-lhe com estas discriminações negativas é tudo aquilo que se não quer, sendo mesmo uma injustiça de todo o tamanho. Nestes nossos concelhos de Oliveira de Frades e Vouzela, fortemente afectados por esta catástrofe ( S. Pedro do Sul não a sentiu tanto, nem tão extensa), estas resoluções são altamente penalizadoras para a recuperação que se deseja e se precisa. Por outro lado, a burocracia reinante levou a que muita gente, com avultados prejuízos, tivesse optado pela solução menor, aquela que ia até aos cinco mil euros, por se sentirem incapazes de responder às exigências que as respectivas candidaturas impunham. Perdeu-se assim fundo de maneio por duas vias e quem ficou muito mais debilitado foram os nossos agricultores, sempre a serem vistos de lado, para mal de todos nós e da nossa Região de Lafões. Lamentável. Carlos Rodrigues, in “ Notícias de Lafões”, 17 Maio 2018

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