sexta-feira, 4 de maio de 2018

A todas as MÃES...

Porque estes são dias de imensa tristeza, a minha Mãe que perdi em 4 de Maio, a todas as Mães do mundo, aqui ou além... Mãe Quis a nossa língua portuguesa fazer com que os nomes de mãe e pai tivessem apenas uma sílaba para serem logo e facilmente aprendidos, desde o berço aos primeiros momentos do colo, pelos seus filhos. Fáceis de pronunciar, pela sua pequenez, em significado nada há que supere estas amorosas palavras. Sendo esta uma obra social e não um produto inato, o espírito de síntese que revelam estes vocábulos diz tudo acerca da força dos criadores da nossa língua, diferente de todas as outras do mundo e a dar voz a centenas de milhões de pessoas em todos os continentes, a ponto de estar nos lugares cimeiros das mais faladas no universo. Sabendo que há variantes diversas, como mamã e papá, mãe e pai, continuam a marcar-nos desde sempre. Pelo menos para muitos de nós, que jamais deixaram de usar tais mágicas e doces palavras. Mãe, que riqueza! Que montanha de afectos sem fim! Que amor, que entrega, que dádiva total, que motivação, que orgulho, que saudade, em muitos casos, como é o nosso! Mãe, que assombro de mulher, de pessoa, de bondade, de ternura, de lágrima fácil, de sorriso rasgado, de sonora gargalhada em tantas ocasiões! Mãe, que dores nas partidas, que correrias nas chegadas, que olhar tão sereno sempre que dela nos abeiramos em busca de tudo aquilo que precisamos e nos faz felizes! Mãe, que ombro amigo, que amparo tão certeiro, que urgência em socorrer seus filhos no momento em que algo de anormal sobre eles pesa! Mãe, que nome tão breve de pronunciar e tão grande para todos nós! O maior de todos, sem dúvida. Mãe, ainda bem que somos portugueses, porque fomos capazes de dar corpo a uma palavra tão minúscula e tão generosa ao mesmo tempo! Mãe, estamos aqui. E aqui ou além, sabemos que as nossas Mães nunca nos esquecem, nem nos desamparam! Mãe, que mão amiga, que grandeza de espírito, que vontade de nunca falhar! Mãe, por tudo isto e por aquilo que não somos capazes de dizer, muito obrigado. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, Abril, 2018

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