quinta-feira, 6 de junho de 2019

Lafões com marcas de excelência....

Marcas com peso em Lafões Uma das maiores imagens de marca de Lafões está nas paisagens e nas pessoas, em todos e em cada um de nossos conterrâneos. Se, à semelhança das Aldeias de Xisto, este território tivesse uma qualquer espécie de certificação ou classificação, facilmente se adivinharia que passaria por um lugar de topo, tantos são os bons motivos que por aqui abundam. Acontece isso com alguns de nossos produtos regionais, que conseguiram alcançar a honra de serem inscritos nas tabelas e legislação que os certificam, ou delimitam geograficamente. Uma dessas maravilhas, hoje, quase que está em vias de extinção. Estamos a falar do Vinho de Lafões, tendo, em 1868, nascido a respectiva Região Vinícola, mas sem efeitos práticos. Por sua vez, como se lê na Carta Gastronómica desta nossa zona, em edição da Confraria no ano de 2016, em 1908, dá um salto para a Região dos Vinhos Verdes em que se inserem os municípios de Oliveira de Frades, S. Pedro do Sul e Vouzela. Com a criação da Adega em 1949, surge assim uma estrutura social, que teve, enquanto durou, um papel de grande relevo. Passo a passo, aparecem, pelo Decreto-Lei 296/90, de 22 de Setembro, os Estatutos da Região Vitivinícola de Lafões. Paralelamente, é este fruto da videira tido como VQPRD – Vinhos de Qualidade Produzidos em Região Determinada, a implicar a Indicação de Proveniência Regulamentada (IPR). Entretanto, em 1986, havia sido produzido um documento intitulado “Vinho Verde de Lafões – Esquema de Estudo, Proposta”, que serviu de base para uma série de reflexões que se lhe seguiram. A par dos vinhos e em processos mais tardios, a Vitela de Lafões recebeu a certificação em Fevereiro de 1994, como se pode ver no Diário da República, II Série, nº 28, obtendo a Indicação Geográfica Protegida (IGP), a partir das raças arouquesa e mirandesa, ou respectivos cruzamentos, desde que criada nas Serras do Caramulo ou da Gralheira e receber apenas uma alimentação baseada em pastos naturais, de acordo com a fonte atrás citada. Um outro produto de excelência, e também certificado em 1994, é o Cabrito da Gralheira, sobretudo nos concelhos de S. Pedro do Sul e Oliveira de Frades. Da doçaria e pastelaria lafonense, está tudo dito: os seus pergaminhos falam por si. Se estas condições e regulamentações existem, o pior que nos está a acontecer é a falta de gente nas nossas terras, onde é gritante o despovoamento e o saldo fisiológico, como se notou no último “Notícias de Vouzela”, ameaça mesmo, a prazo, a existência dos nossos povos. O pior dos caminhos é sempre aquele que nos faz cruzar os braços e deixar os barcos a bolinar. Gritando sempre aos quatro ventos que Lafões e o Interior do país precisam de políticas públicas arrojadas e seguras, firmes e com visão de futuro, corrigindo assimetrias e desigualdades, nas páginas deste jornal nunca desistiremos desses objectivos. Acabando de viver mais uma jornada eleitoral para o Parlamento Europeu, não vimos, nas várias propostas, algo que, a este respeito, nos satisfizesse. Bem pelo contrário. Também por isso a abstenção foi o que foi: um desastre autêntico. Parar para pensar é preciso e é urgente. E agir depois, a sério. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, Jun19

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