sexta-feira, 15 de maio de 2020

Sinais de recuperação em S. Pedro do Sul

Em S. Pedro do Sul há razões para se resistir Mas há ainda muitas nuvens negras Depois de há dias termos feito uma caminhada por algumas medidas tendentes a combaterem os efeitos da crise “Covid 19”, hoje pretendemos enveredar pelas vias opostas, as da economia a mostrar que tem pés para andar em frente e resiliência para levar de vencida as pancadas sofridas. Começamos por um bom exemplo, o da Avicasal, que, nestes tempos, aumentou mesmo a sua capacidade de produção e alargou a distribuição. Isto é, em vez de se retrair, lançou-se na grata tarefa de levar alimentos, de qualidade e em segurança, a quem deles tem necessidade, estando, assim, na linha da frente e no pelotão dianteiro do combate que é preciso travar-se para que isto não pare e não vá direitinho à temível bancarrota. Cumpriu com brio a missão de lançar no mercado os bens de primeira necessidade de que tanto se tem falado, elogiando os seus obreiros e os seus feitos. Nesta onda de esperança, está para breve a reabertura das creches e, para esse fim, estão em curso várias baterias de testes, 25 a quem vai trabalhar nessa área. E, numa outra esfera de acção, avança-se com 150 no campo das pessoas que nas IPSS fazem os tão necessários serviços de apoio domiciliário, levando às casas dos utentes, bens, conforto, higiene, saúde e, tão importante quanto isso, palavras de esperança, ânimo, carinho e socialização, quando esta ameaça criar depressões profundas e outras maleitas de meter medo. Inicide esta última operação nas localidades de Vila Maior, Valadares, Manhouce e Santa Cruz da Trapa. Depois de, durante estes últimos meses, as estâncias termais terem estado paradas, algo que aconteceu, até com layoff, por todo o País, incluindo a Região Centro e estas Termas de S. Pedro do Sul, onde foram dispensados temporariamente 94 trabalhadores, mantendo-se 36 em funções, eis que se anuncia para o início de Junho a sua reabertura, aliás, dinamizada por um novo blogue, visando a sua promoção, em www.termascentroblog.pt. Apontam-se, para as colocar numa boa posição face ao combate à Covid 19, algumas de suas vantagens, tais como o reforço do sistema imunitário, via benefício das vias respiratórias. Por nós, juntamos um outro factor: a riqueza das Montanhas Mágicas, espaço territorial em que se inserem. Para criar e renovar atracção, tudo o que se faça é sempre pouco, já que os receios, as cautelas e as precauções estão a ter efeitos desastrosos. Um deles vem do sul, de Alcoutim, quando a autarquia local se viu obrigada a cancelar o programa de envio de aquistas que vinha seguindo há anos, sendo que nesta edição de 2020 existia mesmo o maior número de pessoas inscritas. Uma voz cautelosa, mas determinada, das Termas Joaquim Cardoso tem na sua carga genética tanto água termal como sangue de investidor. Nasceu e tem vivido sempre com essas duas marcas, que são o seu orgulho e a sua bíblia, a par do teatro e do associativimo. Labutando na causa do turismo, pela via da restauração e do alojamento, em continuidade de uma herança familiar, que quer manter e fazer progredir, tem visto com alguma apreensão os efeitos da Covid 19. Diz ser uma tristeza ver as salas fechadas e as ruas desertas, quando as Termas, que há anos operam durante todo o ano, têm por tradição a presença viva e animada de aquistas e outros amigos destas terras milenares. Desta forma, nem vale a pena ter as portas abertas, porque não há clientela, para já. Alimenta, porém, uma boa esperança e um certo brilho no olhar, quando sabe que a estância vai entrar em funcionamento, ainda que só com a medicina física e a reabilitação, numa espécie de reabertura aos soluços, no próximo dia 18 de Maio, pelo menos é o que diz saber. A 1 de Junho, projecta-se que recomece, na sua globalidade, o mundo termal, ainda que com todas as medidas de saúde que se impõem. Renascerá, então, a alma nova de que tanto por aqui se precisa. Mas o pior é que há já muitas reservas canceladas e é necessário readquirir, de novo, o gosto pela vinda para aqui, como acentuou. Quanto a layoff para os seus trabalhadores e, em regra, para a maior parte dos outros, essa modalidade foi residual, porque vigora uma certa sazonalidade por estas paragens e nestes sectores. Vem aí a época alta e dela se espera o milagre da multiplicação da riqueza turística que é o motor económico destas Termas de S. Pedro do Sul e de quase todo o País. Mas os medos são ainda uma ave de rapina que teima em continuar no nosso céu. Quem dera que se vá embora. Até nunca mais. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, 14 Maio 2020

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