sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Covid, Natal e Ano Novo...

Covid com Natal assim-assim E um fim de ano enclausurado pelo travão de mão Estamos quase a chegar ao triste Natal de 2020, muito provavelmente um dos mais pesados, em dor, da nossa história recente. Da alegria e boa disposição familiar de outros tempos, pouco fica, a não ser pelo uso das modernas tecnologias. As famílias, os amigos têm de o viver separadamente, sem o calor afectivo a que estamos habituados e que é uma forte e enraizada tradição da nossa civilização, ou mesmo de praticamente todas as que existem pelos quatro cantos do mundo. Este ano, por força de um vírus teimoso, ameaçador e destruidor, é a separação que comanda as nossas vidas. Sabemos que isto dói muito a quem por aqui vive. Mas é dilacerante para os emigrantes, para os familiares que estão longe, mesmo no nosso Portugal, e que tinham pelo Natal a oportunidade de darem todos os beijos e abraços que, em saudade, vão armazenando durante todo o ano. Com as restrições impostas, ainda que aligeiradas nesta quadra natalícia, mas sem a liberdade de sempre, com a possibilidade de circulação por estes dias, pede-se bom senso no número de pessoas que se reúnem em cada casa e família. Contrariamente ao que acontece noutros países, no nosso não se estabeleceu uma quota qualquer, mas sabemos que, por decisão própria assumida caso a caso, se vai tentar limitar ao máximo o número de contactos. A cautela e o medo ainda não desapareceram de todo e as precauções impõem-se. Se no Natal houve uma espécie de mão leve em sede governamental, não obstante se viver um novo estado de emergência, entre os dias 23 de Dezembro e 7 de Janeiro de 2021, quanto ao Ano Novo, o discurso e as regras são muito mais duros. No dia 31, as deslocações estão impedidas a partir das 23 horas, sendo ainda proibido circular nas vias públicas, em todo o território nacional depois das 13 horas de cada dia 1, 2 e 3, se não houver motivos oficiais para essas saídas. É ainda proibido andar de um concelho para o outro entre os dias 31 e 4 de Janeiro de 2021. Usou-se desta forma o travão de mão que tinha sido anunciado pelo Primeiro-Ministro, António Costa, agora, também ele, em quarentena pelos contactos estabelecidos em França, ao que se supõe. A zona de Lafões vive duas situações diferenciadas, com Oliveira de Frades em sistema moderado e Vouzela e S. Pedro do Sul no patamar acima (elevado), contrariamente ao que acontecia há uns tempos, mas as determinações atrás enumeradas aplicam-se em cada um destes casos. Por isso mesmo, Natal e Ano Novo, aqui, não passam por quaisquer diferenças. Entre estas duas datas essenciais na nossa cultura, neste ano de 2020, parece que vamos ter um Pai Natal de bom coração, que trará, a partir do dia 27, segundo as previsões oficiais, as desejadas e necessárias vacinas que façam espantar esta terrível Covid 19, que tantas tristezas e estragos tem trazido a todo o mundo. Numa ordem estabelecida em função das prioridades e das disponibilidades do respectivo material, será esta a marcha dos números que a Portugal vão caber: Dezembro – 9750 vacinas BioNTech/Pfizer; Janeiro -303225; Fevereiro – 42 900; Março – 487500. Ao todo, fala-se em 22 milhões de doses, para proporcionar duas tomas por pessoa, de uma forma gratuita e universal, mas com base na opção de cada um de nós. Com uma quadra festiva já meio estragada, se as famílias são as mais atingidas na sua essência, é devida uma palavra de ânimo e coragem para todo o sector económico, neste caso a restauração, a hotelaria, a cultura, que levam mais um rombo de todo o tamanho, a juntar a tantos outros desde Março até agora e não sabemos, infelizmente, por quanto tempo. Porque são complicados estes tempos, registe-se um Aviso PROCIV (que costuma ser usado em fase de tragédias ligadas a temporais ou incêndios), em que se pode ler o seguinte, recebido a 19/12/2020: “ Covid 19: use máscara, mantenha distância, areje espaços, não prolongue refeições. O Natal está à porta, não deixe o vírus entrar. Covid19estamoson.gov.pt/ANEPC”. Se o nosso desejo passa por podermos estar com todos os nossos familiares, que o sacrifício deste Natal e Ano Novo tenham a recompensa que nos pode vir a contentar em grande dose: se com o nosso comportamento evitarmos mais contágios, estará cumprida a nossa função solidária e cívica neste forte combate que nos deve mobilizar a todos. Boas festas, feliz Ano Novo, na medida do possível e apenas isso.. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Lafões”, Dez 2020

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