quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Alcochete na moda

Esta é uma terra que, por um motivo ou por outro, tem a sina de andar sempre nos píncaros da lua, ora positiva, ora negativamente.
Há meses, ganhou o Aeroporto à Ota, depois de ter ali visto chegar, nos anos noventa do milénio anterior, uma grande ponte. Com estas conquistas, umas passadas, outras em carteira, se o pacote das grandes obras não for por água abaixo, Alcochete pode dar-se por muito feliz e contente, batendo palmas a torto e a direito.
Mas, no lado negro desta sua moeda, eis que chega o Freeport com toda a carga de complicações, de dúvidas, de incertezas, de inquietações. De um momento para o outro, desta terra ribatejana tanto nasce o sol quente, como chove uma água fria e arrasadora, uma neve escura, um granizo devastador, acompanhado de ventos ciclónicos, que tudo varrem na sua frente.
Agora, está-se na fase má da sua existência. Toda a gente fala de Alcochete, mas pelos piores motivos. Dali, que esse não seja o desfecho desta contenda luso-britânica, tanto se pode aceder à bonança, mas com marcas negativas, como à derrocada final, com o governo - e esse é um cenário que não deve ficar de fora de todas as conjecturas - a estatelar-se no chão, sem honra nem glória.
Defensores da subida ao poder pela porta grande, esta não é, de maneira nenhuma, aquela que queremos ver aberta. Confiando na justiça, dela esperamos verdade, seriedade e celeridade.
Desejamos, no entanto, que os maus presságios se não confirmem, porque não queremos assistir à passagem à história esta linda zona de Alcochete, que cheira a Tejo e a touros por todos os lados, como a portadora de um motivo que nos preocupa: a possível queda do Eng. José Sócrates...
Que assim não venha a acontecer, sinal de que o fumo agora denso não corresponde a qualquer chama. É bom para o Primeiro-Ministro e para o país, que tem muito mais com que se preocupar.
A haver mudança, que seja pela disputa eleitoral e pela existência de alternativas, nunca por caminhos ínvios, que são tudo menos verdade eleitoral.

Sem comentários: