sábado, 10 de janeiro de 2009

A perda de um amigo

Todos sabemos que, nesta roda que é a vida, há um tempo para nascer e um outro para partir, para deixar os amigos num estado de alma que muito dificilmente se consegue controlar. É uma lei que ninguém é capaz de contrariar. Ainda que esta seja uma verdade incontestável, ver apartar-se de nós alguém com quem estabelecemos uma amizade das autênticas, que nos fazia compreender as diferenças e aceitar as posições mútuas, mostrando a discordância e privilegiando sempre os pontos comuns, é muito duro, é um golpe que dói a valer, mas que, por outro lado, nos dá força para continuar nesse caminho da defesa de valores e ideais.
Saber que, num dia de neve e frio, os corações se aqueceram com o facto de poderem estar presentes numa última e dolorosa despedida, já é uma espécie de calor que bastante nos ajuda.
Hoje, sabemo-lo, Oliveira de Frades e Lafões ficaram muito mais pobres, porque o João Maia, aos 67 anos, quando ainda tanto dele se esperava, viu chegar ao fim terreno a sua caminhada.
Mas não o esquecem aqueles que, como nós, com ele partilharam ideais, projectos, planos, sonhos, vitórias e derrotas, durante anos e anos a fio.
Neste adeus, que é sempre um "até breve", vai a nossa saudade e a nossa onda de solidariedade, sobretudo para toda a sua família.
Morrer não é o fim de nada, é o princípio de tudo, porque, para gente de fé, esta passagem não é mais do que isso: uma etapa apenas numa jornada sem fim.
Mas, ainda que comunguemos destas ideias, saber que o João Maia foi para o Além é uma ferida que sangra para sempre. Essa é que é a realidade que mais podemos tocar, porque está mesmo à nossa frente. É, por isso, muito mais difícil de encarar, mas tem de ser.

Sem comentários: