segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Para Gaza com preocupação

Se por estas nossas terras de Lafões se respira um certo ar de saúde, que a crise belisca, mas não destrói, é triste sabermos que, em Gaza, ali por onde tanto andou Jesus Cristo, se está a morrer com guerra, com fome, com violência, com uma severidade e uma cegueira verdadeiramente arrepiantes, a ponto de termos de culpar tudo e todos pelo que ali se passa.
Com ancestrais origens, o berço das religiões monoteístas, aquelas que olham para um mesmo Deus, converteu-se num constante barril de pólvora, que se agravou depois da Segunda Guerra Mundial, com a criação do estado de Israel(1948), se estendeu pelos finais dos anos sessenta, praticamente sem nunca mais parar.
Mesmo que não queiramos procurar agora o lado da razão - e todos estão a perdê-la - esta hora exige que as partes se entendam, de modo a evitar-se o horror e o massacre, que vitima sempre os mais frágeis e os mais vulneráveis. Perante tão grave cenário, é até ridículo que, agora, nos preocupemos com a pequenez dos nossos problemas.
Com Gaza a ferro e fogo, calem-se as armas, falem os corações, por mais empedernidos que sejam e, ali, mais parecem de pedra dura que de material humano. Estancar a hemorragia que por aquelas bandas se vive é uma urgência e uma imperiosa necessidade.
Que entrem em cena as diplomacias, mas que se faça sentar à mesa, com vocação negocial, aqueles que tanto esticam a corda, sem apelo nem agravo: sem a sua vontade própria e assumidamente responsável, nada ali será duradouro, a não ser um estado de guerra total, que só nos põe, a todos, a perder. Neste mundo, já nada nos é estranho, muito menos o sofrimento dos povos e de suas gentes. Israel e a Palestina - ou as suas facções - sem esquecer todos os árabes devem ao mundo um esforço de gigantes: entenderem-se, repita-se. Só assim teremos paz, a paz que Cristo ali pregou, talvez em vão... Mas é sempre tempo de a alcançar e este momento exige-a.

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