terça-feira, 29 de março de 2016

Caminhar em conjunto na Região de Lafões...

Lafões pode e deve caminhar em conjunto Num tempo em que as distâncias físicas, sociais e psicológicas são cada vez menos tensas e em que as novas necessidades e realidades exigem respostas de tipo diferente, menos fechadas e mais abertas, saudamos tudo quanto se faça em benefício do intermunicipalismo. Por esta mesma razão, ouvimos, com agrado, no passado domingo, em Oliveira de Frades, o Secretário-Geral da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão-Lafões (onde Viseu é redundância absoluta…), Dr. Nuno Martinho, dizer que estava em curso a programação de acções e candidaturas conjuntas, em elo de união entre as catorze câmaras municipais que constituem aquela entidade. Estando nós, quando esta comunicação foi feita, em ambiente de Protecção Civil, foi esta esfera de acção que ali foi colocada em cima da mesa, numa altura em que Lafões estava a concluir uma louvável iniciativa, de âmbito florestal, na modalidade intermunicipal, uma tradição que, felizmente, se vai mantendo. Deste modo, o que o Dr. Nuno Moutinho garantiu é que se está a trabalhar para gerar operações mobilizadores dos 14 concelhos em projecto comum, adaptado, como convém, a cada especificidade verificada no terreno, agora que se têm em vista os financiamentos da União Europeia, 2014/2020. Anunciou ainda que a mesma filosofia se aplica noutros sectores, o que mais aguça o nosso apetite por esse tipo de atitudes. Com as CIM a terem de assegurar uma cada vez maior supramunicipalidade, que substitua, por exemplo, a inexistente regionalização, pensar globalmente para aplicação local é uma boa medida e um eixo de ideias que faz todo o sentido. Por outro lado, os contributos locais, potenciados à escala global, aqui na dimensão dos 14 municípios, também podem ser, e são-no, de grande utilidade. Dito isto, em 2014, é chegado, com maior pertinência, o momento de se cruzarem sonhos, de se rabiscarem projectos, numa perspectiva de Comunidade e esta palavra fala por si. Descendo um pouco a fasquia, caiamos na nossa Região, Lafões, para dela fazermos o melhor dos territórios onde as boas práticas de gestão e visão em conjunto sejam a regra e não a excepção. Aliás, a três, o seu peso e a sua identidade sairão reforçados no momento em que as negociações venham a ser despoletadas. Não cairão, a ninguém, os parentes na lama se assim procederem, cada um, no entanto, com suas valências e pergaminhos de modo a que, pela diversidade, a unidade tenha mais encanto. Dados estes passos pelo nosso raciocínio, vêm-nos à memória dois casos, que nos merecem comentários de natureza bem diferente, porque vamos falar de elogios e de críticas mais azedas, mas francas. Em primeiro lugar, temos de manifestar o nosso apoio à construção da Ecopista do Vale do Vouga, que, aliás, ultrapassa a nossa própria terra lafonense. Se, como para aí se diz, ela não vai avançar por falta de financiamento, esse é um prejuízo evidente para a nossa oferta turística e social, pelo que há que tudo fazer para a não deixar cair. Já agora, com toda a nossa franqueza e independência de espírito, achamos que o luxo, que para ela se prevê, pode muito bem ser repensado e, dessa forma, os seus custos baixarão significativamente. Olhando para exemplos da mesma ordem, há pisos que nos parecem exagerados na sua projecção e construção e isso custa dinheiro, obviamente. E há até uma crítica, por vezes ouvida, que tanto requinte desvia do uso que lhe deveriam dar as comunidades por ela servidas. As suas cinco estrelas são, assim, potenciadoras de eventuais rejeições. Para evitar que isso aconteça, porque as obras devem, também e muito, estar ao dispor de quem as tem à porta, uns retoques a menos talvez venham a calhar. Sendo esta uma opinião muito pessoal, mesmo assim não deixamos de a partilhar, pretendendo com ela, modestamente, ajudar a que os custos da sua construção sejam mais amenos e não haja razões para cortarem o necessário financiamento. E se essa condição se não verificar, de todo, há soluções muito mais económicas que os municípios poderão, talvez, assumir e com essa decisão fazer andar a Ecopista que tão bem fará as estas nossas localidades. Já agora, a pista em si mesmo é obra de vulto, mas se for acompanhada de divulgação complementar, passo a passo, de carácter gastronómico, hoteleiro, paisagístico e monumental e outras valências, tanto melhor. É a cereja no topo do bolo. A questão mais complicada de exprimir e de atirar para a esfera pública tem um nome muito concreto: Festival da Vitela de Lafões. Teimosamente, continuamos a dizer que é grossa asneira haver um evento destes em Vouzela e outro em S. Pedro do Sul, com pouco tempo de intervalo. Sem apontar culpados, repense-se esta matéria enquanto é tempo de todos ficarmos a ganhar e ninguém a perder. Lafões agradece. Carlos Rodrigues, Notícias de Vouzela, 2014 NOTA – Depois de este ano de 2016, uma vez mais, os três Municípios terem levado a cabo a Semana Florestal em conjunto, de se terem sentado à mesma mesa no chamado Almoço da Amizade, realizado sempre no sábado da Páscoa, desta vez, no passado dia 26, sentem-se passos no bom sentido. Mas é preciso ter uma passada mais larga, mais clara, mais consequente, mais firme, mais unida e mais generalizada.

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