sábado, 31 de agosto de 2019

Turismo na mó de cima em Oliveira de Frades, mas tem de avançar mais...

Oliveira de Frades um concelho com turismo a crescer Das serras aos rios, as terras de Oliveira de Frades são um livro aberto em matéria de património, cultura e turismo, factores que importa valorizar e dar a conhecer. Até à construção da Barragem de Ribeiradio, que tudo veio mudar em paisagem, já por aqui existiam múltiplos pólos de inegável interesse. Mas, depois do aparecimento dessa enorme alfufeira, as alterações são óbvias e o futuro nunca mais será o mesmo. Nem pode sê-lo, sob pena de se desbaratar quanto representa em matéria de desenvolvimento. Por isso, é incompreensível – e altamente condenável – que as entidades que mandam nestas coisas do ambiente ainda não tenham apresentado o respectivo e urgente Plano de Ordenamento. Com esta falha já se perderam anos de possíveis e desejáveis actividades de índole turística e hoteleira, entretenimento e capacidade de criação de riqueza. Se as praias em atraso são algo que acarreta enormes prejuízos, todo o não uso da Albufeira é muito mais prejudicial a todos os níveis. Aquelas têm localizações muito precisas. A falta desse plano mata os muitos projectos sonhados para dezenas de quilómetros nas margens que vão de Souto de Lafões a Ribeiradio, onde os pontos de inegáveis interesses e mais valias são mais que muitos. Enquanto a Barragem, turisticamente, não avança e o seu magnífico lençol de água está assim por aproveitar oficialmente, restam-nos muitos outros motivos, os de ontem, os de hoje e todos eles de amanhã. Há toda uma enorme riqueza patrimonial e histórica que atravessa todo o território desde o Caramulo à Gralheira e em todos os sentidos. A cada passo, as pedras falam, os monumentos impõem-se. Temos, porém, nos últimos anos assistido ao lançamento de uma série de trilhos de muito nível, curiosamente com a Rota do Gaia a fazer-nos recuar ao início deste século XXI e ao aproveitamento de um criativo projecto internacional, que se estendeu a Lafões e deu aqui os seus frutos. Outros se lhe seguiram, desde os rios às serras, e é visível a importância que têm vindo a demonstrar. Designados PR, o I é o das Levadas, sendo que a citada Rota do Gaia recebeu a classificação PR2. Neste primeiro caso, andar-se-á pela freguesia de Arcozelo das Mais, a que se pode juntar o PRM 1, o dos Rios e das Levadas, numa impressionante mistura entre as belezas dos Rios Gaia e dos Tombos e outras. No lado oposto, em plena Serra do Caramulo, na União de Freguesias de Arca e Varzielas, temos o referido PR4 – a Rota dos Caminhos com Alma, que nos mostra o espírito das paisagens e cultura serranas, em que se misturam as terras de altitude com a monumentalidade das antas (Arca) e da natureza (Carvalhedo da Gândara), entre muitos outros e variados aspectos. Entretanto, em abertura de um enorme apetite por aquilo que pode vir a desenvolver-se, já sonhamos com o Eco-Trilho intermunicipal do Rio Teixeira, que irá mobilizar os concelhos de S. Pedro do Sul, Vale de Cambra e Oliveira de Frades. Ao que conhecemos destas mesmas paragens, o desfecho final será deslumbrante, de certeza. Mas muito, a este nível, há ainda a fazer, de modo a entrelaçar todo este vasto e riquíssimo território. Cuidar de tudo isto, jamais será uma despesa, sendo antes um investimento de alto nível. É assim que se deve pensar e agir. Carlos Rodrigues, in “Notícias de Vouzela”, ago19

Sem comentários: