quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O interior também tem voz no desporto como no Tondela

Vamos hoje fugir um pouco daquilo que tem sido o objecto essencial destas pequenas crónicas, enveredando pelo mundo do futebol para o transportar por uma de nossas lutas e causas essenciais: a valorização do interior. No telejornal da RTP das treze horas de segunda-feira, dia 16, os destaques do campeonato foram apenas para os três ditos grandes clubes, que acabaram, mais ou menos, por cumprir o seu dever. De fora, ficou, por exemplo, o nosso vizinho “Tondela” que cometeu a proeza de ir ganhar ao Rio Ave, num resultado final de 2-4. Isto é obra. Mas a nossa televisão, paga à custa dos impostos de todos nós, não lhe ligou nada naqueles momentos. Das privadas, nada dizemos porque não queremos meter-nos nas suas escolhas e negócios, mas, quanto à RTP, entendemos que é nosso dever pugnar por justiça e pela exigência de ser dado o seu a seu dono. O “Tondela” teve o azar de estar localizado em plena Serra do Caramulo, longe da capital e da fama que outros têm. Só que, para gáudio nosso, milita nessa alta roda do futebol e a sua naturalidade não pode influenciar o mundo noticioso da televisão estatal. É com estas pequenas coisas, a par das monumentais, que se ampliam desigualdades, assimetrias e se marginaliza uma parte substancial do nosso território. Sabemos que, em comunicação, há critérios editoriais e outras normas e recomendações. Mas, naqueles órgãos de comunicação social públicos, as exigências devem passar sempre pela igualdade de oportunidades nos conteúdos noticiosos, nos destaques e comentários. Os grandes serão sempre grandes e cada vez se agigantam mais. A arraia-miúda, quando se atreve a saltar para altos voos, tem sempre quem lhe ajude a cortar as asas. Aconteceu isto com o “Tondela”, para triste exemplo do que vai acontecendo por aí. Quase sempre, o que é azar a mais... Carlos Rodrigues, Notícias de Vouzela, Set19

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