quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Simões há muitos e diferentes

Conheço e conheci vários Simões. O das Estradas de Oliveira de Frades, que nos deixou há muitos anos, o do Benfica dos seus tempos gloriosos, um enorme Médico de Vouzela, infelizmente também já desaparecido, e agora vieram lembrar-me que há um outro Simões, o de Vila Real, de Trás-os-Montes. Deste, prefiro nem pensar no que disse e escreveu há dias, porque raia o desconhecimento ou o desejo de que apaguemos cerca de 500 anos dos mais de nove séculos que levamos de História, com momentos altos e baixos, mas que é o nosso passado, o nosso, repito. Isto de ter criticado a Revolução de Abril, a que foi mundialmente vista como um modelo de mudança de regime mais ou menos pacífica, criticando os seus autores por não terem feito mais sangue, já nos parece extremamente grave. Vindo de quem milita e é deputado num Partido que defende uma sociedade sem rancores de maior, vindo de quem, indo mais longe que os mares por onde navegámos, apelando a que se destrua o Padrão dos Descobrimentos, como que a apagar esses cinco séculos de uma globalização feita pelos nossos antepassados, aqueles que nos legaram uma das Línguas mais faladas do mundo, mais estranho nos soam estas declarações. Em liberdade, pôde dizê-las e escrevê-las. Em liberdade, sinto que é meu dever não calar a tristeza que me vai na alma ao ouvir e ler estas atoardas. Este Simões deixou-me de cara à banda. Isso deixou...

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