quarta-feira, 11 de março de 2009

A escola a falhar

Por nos terem chegado sinais altamente preocupantes do sistema escolar alemão, como já aconteceu nos EUA, no Canadá, na Finlândia e tantos outros países ditos desenvolvidos, somos levados a concluir que algo de extraordinário tem de ser repensado: quando a morte chega, brutal e repentinamente aos estabelecimentos de ensino, com as vítimas a tombarem às mãos de alguém que assim procede sem que nada o faça adivinhar, ou evitar, há um grito de revolta e de alerta que importa activar.
Morrer desta forma não é a melhor recomendação para a instituição educativa, para tudo quanto o homem sonhou, projectou e pôs em marcha nas últimas centenas de anos. Aqueles que assim partiram, que merecem uma palavra de recordação e um voto de solidariedade enviado aos familiares enlutados, obrigam a que partamos para outros modelos que este, assim se deve deduzir, enterrou-se por completo.
Talvez seja a escola de massas, que mostra, pelos trágicos acontecimentos, estar em decadência, o motor da discórdia, talvez se devam tais atitudes ao amontoar de alunos, em despejá-los dentro de quatro paredes rodeadas de arame farpado e controladas por policiamento armado - triste ironia, infeliz desfecho! -, talvez a sociedade ande demasiado ocupada com questões menores, talvez seja a família que, ao implodir, se afastou de todos os seus rebentos, talvez sejam as diversas entidades governativas a deixarem de fazer o que devem, talvez sejam todas as novas pedagogias a rebentarem pelas costuras de tanta teoria, talvez sejamos nós todos que não sabemos encarar o mundo em que vivemos. Talvez... Talvez... Talvez...
Neste mar de dúvidas, voltamo-nos para a escola de proximidade, para a educação pessoalizada, personalidade e absolutamente humanizada, para instituições controláveis, para mecanismos que tenham a família muito perto, para programas de formação de educadores que se apliquem e entreguem a valores e conhecimentos, por esta ordem e não a inversa, para, enfim, uma nova escola que reinvente o espírito grego, a mensagem cristã e as referências que herdámos e, aos poucos, temos vindo a desprezar.
É preciso a escola da vida, que só ela pode evitar o desastre, que assim se prevê altamente catastrófico e lamentável, pelo que é urgente voltar estas páginas de uma enorme tristeza e encontrar novos e melhores caminhos.

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