sábado, 28 de março de 2009

G 20 e os outros

Neste mundo, é sempre motivo de preocupação quando, em cerca de duzentas nações, só a décima parte tudo decide e não deixa nada para os restantes parceiros dessa caminhada universal. Parece que, depois do apito final do criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, alguém pudesse ter ficado com uma qualquer exclusividade, o que se nos afigura uma estratégia verdadeiramente impensável e desprovida de qualquer bom senso.
Se assim é, porque é, porque nem pode ser de outra forma, todos devem ser chamados a lavrar os regos do seu destino. Pôr uns a ditar leis e outros a engoli-las é uma ofensa à dignidade de todo o ser humano. Mais grave se torna este absurdo, no momento em que sabemos que quem faz escrever as várias legislações, estes documentos, é a mesma gente que, digeridas estas, sem apelo, nem agravo, lhe vem buscar o rico e quase eterno retorno.
A reunião do G 20, o clube dos famosos, a arena dos autores de todas as tropelias que quase afogaram o resto do mundo, que escavaram minas de diamante, lhe sugaram o tutano e devolveram rasco granito, do mais reles, não pode continuar a decretar os seus desígnios. Tem de olhar para a desgraça actual e fazer um exame de consciência. Com um profundo ajoelhar, é hora de estes senhores arrepiarem caminho e devolverem a felicidade a quem a merece: a população mundial no seu todo e sem reservas.
Pensem o que pensem, queiram o que queiram, aos G20 só uma via se lhes abre: os outros 180 países, mais coisa ou menos, não podem ficar à margem destas jogadas, que o campeonato também tem a ver com eles e é hora de a cidadania ter uma palavra a dizer.
Falemos todos, então, e com voz grossa, de preferência!

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